segunda-feira, 29 de julho de 2013

O que significa ser feliz?

Feliz aniversário. Feliz ano novo. Felicidades!
As saudações são nossos votos para aqueles que estimamos. E desejamos o mesmo para nós ser feliz. Mas é possível ser feliz? O que consiste a felicidade?
Alguns mais pessimistas acham a felicidade um sonho impossível. Os problemas do cotidiano, os sofrimentos físicos e morais, a fome,  a pobreza, a violência o tédio são empecilhos severos. Mas será que mesmo essas pessoas não tem um fiapo de esperança de uma vida melhor?
Para outros, como vemos na publicidade, a felicidade estaria nos momentos de consumo, longe do trabalho com todo conforto que o dinheiro pode lhes dar: um carro, um iate, roupas de marca, ausência de sofrimento , um doce 'nada fazer', por isso tantos esperam as férias, a aposentadoria ou o prêmio da loteria.
Como explicitação dessa felicidade fantasiosa , em algumas revistas os famosos estampam apenas sorrisos, enquanto em outras é exposta com certa crueldade a intimidade de relações malsucedidas , brigas, internações para tratamentos de drogas ou para mais uma cirurgia plástica, na luta contra o envelhecimento.
Pelos consultórios médicos passam pessoas com estresse, a doença do nosso tempo. O enfrentamento de depressões desemboca na banalização do consumo de psicofármacos - as pílulas da felicidade. Sob essa última perspectiva, a felicidade é vista pelo seu avesso como: a não dor , o não sofrimento, a não perda. De certo modo, representa a adequação das pessoas a comportamentos  padronizados, ao que Nietzsche chamaria de "felicidade de rebanho.
Ao contrário desta busca cega, a felicidade encontra-se mais naquilo que o ser humano faz de si próprio e menos no que consegue alcançar com os bens materiais  ou o sucesso. Não se veja aqui a acusação de que rico não pode ser feliz nem o elogio ao despojamento ou à pobreza. Queremos dizer que, no primeiro caso, apenas as posses não nos tornam  felizes, porque a riqueza nunca é um bem em si, mas um meio para nos propiciar outras coisas.
O que se percebe é que na busca da felicidade muitas vezes as pessoas dela se afastam. A esse respeito, diz Aristóteles:
Ora, é esse o conceito que preeminentemente fazemos da felicidade. É els procura sempre por si mesma, e nunca com vista em outras coisas, ao passo que a honra, o prazer, à razão e a todas virtudes nós de fato escolhemos por si mesmo(...) mas também o escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes. A felicidade, todavia, ninguém escolhe  tendo em vista algum destas, nem, em geral, qualquer coisa que não seja ela própria.
Conforme a ética aristotélica conhecida como eudemonismo: as ações humanas tendem para o bem e o bem supremo é a felicidade. E esta significa a realização da excelência ( o melhor de si), que é a sua naturaza de ser racional.
Tela: O passeio (1917-1918)
Marc Chagall 

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