Segundo a discussão contemporânea é impossível a liberdade fora da comunidade humana. As nossas relações não são de contiguidade, mas de intersubjetividade, de engendramento. Isto é, não estamos apenas uns ao lado dos outros, daí não podermos falar do ser humano como uma "ilha".
O caráter social da liberdade contrapõe-se a ideia individualista de liberdade herdada da tradição liberal burguesa, cuja a concepção clássica é:" a liberdade de cada um é limitada unicamente pela liberdade dos demais". No entanto, nem sempre a liberdade de escolha é tão livre quanto se apregoa, e sobretudo nas sociedades que predominam privilégios para poucos, restringindo-o o campo de ação livre da maioria.
Sabemos que a vida moral só é possível como ação baseada na cooperação, na reciprocidade e no desenvolvimento da responsabilidade e do compromisso. Só assim torna-se viável a efetiva liberdade de cada um. Nesse sentido, o outro não é o limite de nossa liberdade, mas a condição para atingi-lá.